AUTOBIOGRAFIA: UM DOS MELHORES TEXTOS DO PROJETO
APENAS
MAIS UM FINAL NÃO TÃO FELIZ
Tudo
era tão normal, mãe, padrasto, irmão mais velho e eu, éramos uma família feliz,
com seus problemas e desavenças, mas feliz, e em dois anos, apenas dois anos
tudo iria mudar nada seria igual, muitas coisas ainda estavam por vir.
E
essa é infelizmente mais uma daquelas histórias sem finais felizes, na qual
todo mundo não suporta mais ouvir, mas como não serei nem a primeira e nem a
última a ter uma história assim para contar, aqui vai a minha, e como todas as
outras ela começa feliz.
Era um dia comum, apenas mais um dia
qualquer da vida de uma pessoa a qual nem o dia e nem a pessoa seriam
lembrados. Era próximo do meio dia, hora maravilhosa, hora de estar feliz,
afinal é hora de comer, mas havia algo errado, enquanto mamãe preparava o
almoço, ela estava chorando, mas como assim chorando? Por que ela estava
chorando? Não havia sentido, não havia motivo, estava tudo normal, tudo estava
bem, sem brigas, todos haviam acordado bem, mas mamãe ainda chorava, mas por
quê? Por quê? Por que o choro? É, ninguém entendia, mas mamãe sempre foi muito
amada, e ninguém deixaria ela chorar sem motivo, se fosse algo de errado
tentaríamos arrumar, se não tivesse concerto daríamos um ombro amigo, se fosse
alguém, bem, aí acertaríamos as contas. Mas estávamos enganados, achávamos que
o choro era por uma coisa ruim, e não era, era algo bom, muito bom, que mudaria
nossa realidade de vida. Mamãe estava grávida, sim grávida, nossa que noticia
maravilhosa! Um irmãozinho ou irmãzinha, nove meses e seria aquela choradeira,
aquela bagunça, aquele monte de fraldas no armário e roupas cheirosas, muito
cheirosas, com aquele perfeito cheirinho de neném.
E, assim foi, uma gravidez normal,
sem complicações, sem problemas, tudo foi normal, a espera, a ansiedade, os
preparativos, e o principal, o amor por aquele pequeno ser se formando dentro
da minha mãe, é, a vida é inexplicável, amar uma coisinha tão pequena que você
nem pode ver, não pode tocar, mas enfim, amor é amor, e amor você sente, não
explica, assim, vamos continuar a historia, porque ela ta só começando.
Após longos nove meses de espera, o
dia sete de março de 2006 chegou, mas muitos devem estar pensando, grande coisa
dia sete de março de 2006, não aconteceu nada de importante, é, para a maioria
não aconteceu, mas para mim sim, aconteceu, o meu irmãozinho lindo Pedro
Henrique nasceu.
Mamãe acordou às nove horas da manhã
com contrações, contrações fortes, e logicamente ela foi para maternidade, e
meio dia, meio dia e vinte para ser mais exata, ele nasceu o Pedro Henrique de
Espindola veio ao mundo. Até aí tudo certo, você deve estar pensando, nada de
mais, nasceu um bebe por parto normal, pronto, agora é só tirar a placenta e
serem felizes para sempre, mas espera, a placenta saiu aos pedaços, e se algum
resto ficar no organismo, pode levar a morte, a solução é fazer uma cesárea, só
para retirar a placenta, e assim foi, a dor e o sofrimento de dois partos, o
parto normal e a cesárea, e como a vida não é nem justa e nem simples, para
ajudar acabou a luz da maternidade no meio da cirurgia, e como não poderia
faltar, os rins de mamãe pararam de funcionar, e tudo isso só para uma criança
vir ao mundo, mas graças a Deus e com a ajuda dele, tudo deu certo e tanto
mamãe quanto meu lindo e pequeno irmão ficaram bem.
O tempo foi passando, como aconteceu
desde sempre, já que o tempo não para, e meu pequeno príncipe foi crescendo e
virando o meu anjinho, e tem muita coisa pra falar sobre meu anjinho, mas isso
é outra história para eu contar em outras ocasiões, porque hoje vou me ater
apenas ao começo e ao fim da história dessa parte da minha vida.
Havia passado um ano, e bem, se você
parar para analisar um ano é muito tempo, mas no meu caso hoje em dia posso
dizer que esse um ano foi pouco tempo, já que foi o único um ano que pude ter
meu anjo ao meu lado.
Um ano representa um marco histórico
na vida de alguém, um ano está completamente a aniversário, que está
relacionado a festa, e o primeiro ano da vida de um anjinho sempre é comemorado
com festa, e assim foi, todo mundo comeu, levou presente, amassou e beijou meu
anjo e esse foi u dia muito feliz. E após esse dia muito feliz a vida voltou ao
normal, seguiu sua rota, o único problema é que nós não esperávamos que a vida
após dois meses de um dia tão especial nos tiraria alguém tão importante, e foi
no dia vinte e dois de maio de 2007, as sete horas da manhã, que o meu anjo
Pedro Henrique nos abandonou, deixando apenas um vazio, deixando tristeza e
dor, porque a vida não é justa, ela não é como nós queremos, ela tem seus
caminhos, seus planos, e apenas no final de tudo é que descobriremos o objetivo
de tudo isso, e até lá, eu sigo minha vida, eternamente com essa dor no peito
que me consome, pois nunca mais terei em meus braços para abraçar e beijar meu
lindo anjo, meu bebê, meu irmãozinho lindo que eu tanto amo.
Andressa Florindo André